As velas têm valor simbólico: significam a "luz da fé", que nós, cristãos, recebemos do "Cristo, Luz do Mundo" em nosso Batismo. As velas estão presentes na Celebração da Páscoa do Senhor, Coroa do Advento, nas celebrações litúrgicas, enfim, em tudo o que possa fazer memória do brilho daquela noite santa de Belém em que o Menino Deus se fez presente entre os homens.
A vela é o símbolo da luz e da consagração. Acompanha o cristão em sua caminhada por este mundo até chegar ao reino da luz.
O próprio Jesus nos dá a missão de ser luz na cidade, no trabalho, na comunidade, na vida diária - "Vós sois a luz do mundo" (Mt 5,14). Ser luz é ser alegre, alerta, acordado, vigilante, vibrante, cheio de ardor, de fogo.
A função da luz é fazer enxergar. Por isso, ser luz é fazer o mundo enxergar a presença viva de Deus entre nós, num comportamento de amor, verdade, justiça e paz.
A cera que se consome lembra a vida de Cristo, consumida por nosso amor.
Para o cristão, a chama da vela é o símbolo da fé que deve iluminar a sua vida, devendo ele, por sua vez, iluminar o mundo. A cera lembra que a vida do cristão só tem sentido se consumida no serviço ao outro, no amor ao irmão.
Esse é o maior significado das velas, representação material de luz.
O costume de acender velas tem origem nas prescrições do Antigo Testamento:
"O Senhor disse a Moisés: "Ordena aos israelitas que te tragam óleo puro de olivas esmagadas para manter, continuamente acesas as lâmpadas do candelabro. “Disporás as lâmpadas no candelabro de ouro puro para que queimem continuamente diante do Senhor" (Lev 24, 1-4).
A vela acesa, enquanto rezamos, tem um significado muito especial. A ideia básica da "LUZ" como oposição às "trevas" está nas suas raízes: Por exemplo, o profeta Simeão falou da vinda de Cristo como "Luz para revelação dos gentios". Simeão refletia consigo mesmo a profecia do profeta Isaías sobre a vinda do Messias: "O povo que andava nas trevas viu uma Grande Luz; sobre aqueles que habitavam uma região tenebrosa resplandeceu uma Luz" (Is 9,1). Esta profecia cumpriu-se no Novo Testamento, quando a Virgem Maria apresentou o seu filho Jesus no templo de Jerusalém (Lc 2, 22-32:). Este acontecimento comemora-se com a Festa da Apresentação do Senhor no templo, no dia 02 de Fevereiro. No início da Liturgia desta festa, faz-se a Benção das velas que são usadas nas orações particulares durante todo ano.
Acender velas nas igrejas é, portanto, uma tradição muito antiga. Claramente, a prática individual de acender a vela quando entramos na igreja, é um meio poderoso de unir a nossa oração individual com a oração da Igreja e com Cristo, a Luz do mundo.
Mas atenção: as velas não substituem as nossas orações, nem devemos esperar efeitos mágicos do seu uso. Mas, como expressão de nossa presença diante do Altíssimo, a suplicar a luz que ilumina as trevas de nossos pecados, fazendo-nos deles tomar consciência para uma contínua conversão a que somos todos chamados.